Isto podia bem ser uma lista do que não fazer, em prol da saúde. Levo comigo algumas aprendizagens, que também já fui partilhando. Talvez um dia me dedique a fazer um resumo de todas. Mas hoje quero falar da que gostava de ter já sabida neste ano pré-diagnóstico: ouvir o corpo e respeitá-lo. O nosso corpo fala connosco, dá-nos sinais, e nós, se nos amamos, devemos estar atentos e cuidar dele. Todos os dias o nosso corpo permite-nos fazer um sem número de coisas. Tiremos algum tempo para lhe agradecer, sem o dar por garantido. E quando ele nos der sinais, estejamos atentos. Ele tem sempre razão!
Outubro de 2021 a Setembro de 2022 - Pós-Caminho Português de Santiago
De mente e coração abertos, e com todo o entusiasmo à flor da pele, decidi deixar os receios e necessidade de sensação de controlo para trás e vivi muito. Finalmente tive a coragem de sair da minha zona de conforto, mantendo poucas áreas da minha vida intactas: apenas a vida profissional e as minhas pessoas. Tudo o resto mereceu ser pintado de fresco! Casa (não literalmente), mais viagens e adopção da minha quatro patas Xi 🐶 E, naturalmente, com estas mudanças exigi muito do meu corpo a nível físico, emocional e psicológico. No meio da adrenalina e ambição desmedida de concretizar os meus objectivos, à minha maneira, andei uns meses a viver num nível de exaustão pouco saudável. "Só falta mais isto, depois descansas.", repetia eu para mim numa base diária, aplicando fora do ginásio a filosofia que seguia lá dentro: "mais uma repetição, e outra, e outra, até à falha.".
Seguiram-se as férias de Verão - um incrível Congresso de Salsa - em que, obviamente, eu não queria perder os melhores workshops nem as festas. Foi uma semana em que o desgaste físico reinou e o banco de horas devidas à cama subiu a pique. Mesmo constipada, não podia perder um minuto de dança 💃
De volta a casa, supostamente iniciaria um período de um mês e meio em que ia estabilizar, mas duas semanas depois acolhi em minha casa a Pandora 🐶 que recuperava da sua esterilização e acabou por se tornar parte da família 🧡 uma nova adaptação, portanto!
Setembro chegou e com ele uma série de sintomas: constipação, febre, herpes, dores de garganta e cansaço. Não foi tudo em simultâneo, e principalmente o cansaço foi aumentando de forma muito gradual. Comecei por deixar de conseguir subir os 6 andares do escritório sem ter de parar a meio para respirar. Foi mais um mês atribulado, em que na primeira quinzena andei a fazer piscinas (de novo, não literalmente), e acabei por não dar prioridade aos treinos. Nos poucos que fiz, vi-me obrigada a baixar cargas porque o fôlego não era o mesmo. Ciente de que algo não estava bem, associei os sintomas a Covid que pudesse ter tido sem saber ou à fadiga de um ano duro ou ainda a uma baixa forma física por falta de exercício. Julgava eu que apenas tinha de esperar pelas duas semanas de férias que ia ter no início de Outubro e tudo se recompunha. Tinha uma série de planos possíveis mas preferencialmente iria fazer o Caminho Português da Costa ou o de Santiago a Finisterra. Tal implicaria deixar a Xi e a Pandora com a minha irmã, mas na última semana de Setembro a Xi entrou no cio e, não querendo dar essa responsabilidade à minha irmã, acabei por cancelar as férias. Nessa semana, as dores de cabeça tornaram-se mais intensas. Por mais que dormisse ou tomasse café, durante o dia tinha muito sono. Qualquer esforço físico como subir apenas um lanço de escadas acelerava os meus batimentos cardíacos de uma forma anormal e passei a ouvi-los na cabeça de forma constante. Os músculos também davam sinais de cansaço extremo, como se estivesse a fazer um treino de hipertrofia, com coisas tão simples como caminhar. Passear as meninas, as duas ao mesmo tempo, começou a ser muito complicado, pois, como costumo dizer, eram 40 kgs a puxar quando passávamos por outros cães. Ainda assim, grande parte das vezes, ia com as duas.
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