Avanços e recuos
Como as ondas do mar,
Com avanços e recuos.
Como o passo base da Salsa,
Com avanços e recuos.
Como um jogo de futebol,
Com avanços e recuos.
As analogias são mais do que muitas
Quando de forma literal não nos cabe dizer
Um jogo de palavras
Para o comum imortal entender.
Uma balança de 300 pratos
Que têm de ser nivelados
Com jogadas cirúrgicas
Que por vezes soltam os tornados.
Há quem diga que é um braço de ferro
Mas com certeza não o meu
Pois o músculo, esse,
Já há muito se perdeu.
Ou até como uma curta manta
Puxada para tapar de um lado
E muitos surpreende e espanta
Se o outro fica destapado.
É uma maratona e não um sprint
Sou relembrada de quando em vez.
Para quê recordar a atleta que outrora em mim viveu
Se aqui quem controla os tempos não sou eu?
Sigo com a minha força
A da alma que ainda me resta
Que sempre dei por garantida
Embora ma tenham roubado quando dançava despreocupadamente naquela festa.
Fosse a lista dos eufemismos
Também ela extensa
Para aliviar o peso
Desta desdita sentença.
Não de morte, mas de vida.
Da vida como ela é.
Com beleza e dissabores.
Com avanços e recuos.
Ah teimosia a minha
De querer ver só os avanços
Não devia ter aprendido eu
Que é nos recuos que alguma sabedoria alcanço?
Aprenderei eu a banalizá-los?
E quem sabe um dia, com um sorriso, abraçá-los?
Pois, se eu quero vida,
Assim a vida é.
Com beleza e dissabores.
Com avanços e também com recuos.
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